Não são poucas as vezes
em que nós mesmos somos nossos piores inimigos — arrisco dizer que, na verdade,
todos os dias nós mesmos somos os nossos maiores obstáculos. É difícil vencer o
autocondenamento: quando algo está errado, “a culpa é minha”; quando algo está
certo, “eu vou estragar, porque é isso o que eu sempre faço”; quando algo tem
50% de chances de acabar bem e 50% de chances de acabar mal, “vai acabar mal,
porque eu estou envolvido”; quando algo tem 90% de chances de dar certo e 10%
de chances de dar errado, “vai dar errado, porque eu estou envolvido”. Não sei
o que vem primeiro: a falta de confiança em si, o que é triste, ou a falta de
confiança em Deus — que é infinitamente pior.
Nós procuramos problemas em cada coisinha minúscula ou enorme que atravesse a nossa vida. E eu digo procurar porque é exatamente que
nós fazemos: caçamos motivos para desenvolver preocupações absurdas,
exageradas, angústias imoderadas, possibilidades negativas que só nós
conseguimos enxergar — quando não achamos nada disso, ficamos esperando “pelo
pior” a qualquer momento, porque “o pior sempre nos persegue”. Sinceramente?
Que saco!
Existe uma diferença imensa entre precaução e
autoboicote, entre controle de expectativas e negativação de expectativas. Muitas
vezes, protegidos pelo discurso cansado de “prefiro tomar cuidado, não quero me
decepcionar”, deixamos de lutar por coisas boas em nossas vidas justamente por
não acreditarmos completamente na graça de as termos recebido — passamos mais
tempo “procurando o lugar em que Deus errou ao me enviar essa chance” do que
dizendo “Obrigada! Amém!”. E isso tem muito a ver, também, com a falta de amor
próprio, de autorrespeito: não aceitamos, com facilidade, as bênçãos por não
nos considerarmos dignos de as possuir. E, nesse ponto, eu faço uma pergunta a
você. O que te alegra mais: ser surpreendido por um presente maravilhoso que
você não esperava ou ganhar uma coisa nem tão espetacular assim, mas que você
já estava esperando? Enquanto nós brincamos de “eu não mereço tanto”, Deus nos
brinda com doses de surpresas. A decisão acerca do que virá não está em nossas
mãos — mas a opção de sermos gratos e de aproveitarmos as lutas e as bênçãos que
recebemos, essa sim, está por nossa conta.
Não espere o pior. Não produza o pior. Não condene as graças
recebidas a um estado de dúvida. Não feche o seu coração por achar que não
merece — não é você quem decide isso! E mais: se nós ganhássemos de Deus apenas
aquilo que nós, enquanto humanos e pecadores, merecemos, me digam: onde
estaríamos hoje? Como seria a nossa vida, se dependêssemos apenas de nós
mesmos?
Que seja lançada a campanha StopAutoboicote2017: se vier
uma luta, você enfrenta. Se vier um problema, você resolve. Mas, se vier uma
graça, uma dádiva, você aceita e aproveita, menina (o), que não há a menor possibilidade
de Deus estar enganando você! Ele não trabalha com enganos — é você mesma (o)
quem está criando enganos imaginários. É hora de parar com isso!
Tudo bem?
Então, tudo bem!
Que texto simplesmente MARAVILHOSO.
ResponderExcluir:)
Que Deus me ilumine nessa caminhada.
Esse texto é maravilhoso e edificante!Deus abençoe cada dia mais sua missão :)
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